A arte de viajar

A arte de viajar | Diário de Salvador

Viver em sociedade é viver permeando rótulos. Estamos fadados a ser rotulados ou (inevitavelmente) a rotular. Nem o fantástico mundo das viagens está imune. Há os “viajantes”, “viajante raiz”, “turistas”, “mochileiros” e até o tipo de turismo que a pessoa faz: “turismo raiz”, “turismo pastelão”. Há quem diga até que turismo não necessariamente pressupõe viagem, assim como turista não é viajante. Santo Deus, não há limites.

A superficialidade da rotulação é profunda. Turistas viajam para passear e são atraídos por pontos culturais e acomodações fáceis; viajantes exploraram todas as experiências que estão ao seu alcance e dormem onde e da maneira que for possível. Eles são os únicos seres que interagem com os locais. Seus objetivos na viagem são aprender e experimentar coisas novas, enquanto os turistas, tadinhos, só querem uma pausa procrastinadora da vida cotidiana. Viajante escala montanha, pede carona e vai sozinho. Turista anda em bando, de trem e táxi.

É ridículo rotular pessoas de viajantes ou turistas (como se houvesse diferença entre eles) ou alguém se sentir superior pelo tipo de viagem que faz. Existem as viagens que a pessoa pode fazer, com as suas circunstâncias pessoais naquele momento – tempo, dinheiro e companhia – são algumas delas. Já viajei acampando, já dividi quarto com estranhos, um desconhecido já cedeu quarto pra mim, quando não mais havia vagas na cidade. Já fui de mochilão e como também de mala gigante para resort de luxo. Já almocei Mc Donald’s por uma libra e jantei em restaurantes finos. Já viajei sozinha, de excursão, com grupos, com agência. Já vivi semanas como um local e conheci cidade apenas em conexão.

O que eu gosto mesmo é de viajar, da multiplicidade de experiências diferentes. Da forma como dá, com o orçamento que o momento permite, mas nunca para “dizer que fui” e postar. Para ter novas vivências. Para buscar longe o que está aqui tão perto. Para ser (ainda) mais feliz. Afinal, “As viagens são os viajantes. O que vemos não é o que vemos, senão o que somos”.

Foto: Morbeck Drones

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