Em homenagem ao descobrimento da Baía de Todos-os-Santos em 1º de novembro de 1501, vamos falar um pouco neste post sobre a baía e sua parte final oeste.
A rebatizada Baía de Todos-os-Santos (BTS) pelos portugueses nasceu Kirimurê pelos índios tupinambás e significava “grande mar interior”. E esse mar, que vem desde muito antes de 1501, está implantado sobre os remanescentes erodidos da bacia sedimentar do Recôncavo, um rifte formado durante a separação entre a América do Sul e a África. Sua origem tem sido associada a processos neo-tectônicos durante o Quaternário (que iniciou-se há 2,6 milhões de anos). Nos raros intervalos de nível de mar alto, como o que vivemos atualmente, a região topograficamente rebaixada da BTS foi inundada pelo mar, originando uma baía. A Bacia do Recôncavo trata-se de uma depressão alongada, inclinada para o sul, limitada a leste pela falha de Salvador e a oeste pela falha de Maragogipe.
Penetrando 80 km adentro no continente, a BTS possui contorno litorâneo de cerca de 300 km, tendo os outros limites o Porto da Barra (ao norte, em Salvador) e a Ponta do Garcês (ao sul, em Jaguaripe). Com 1.233 km², muito já foi divulgado a BTS como a segunda maior baía do mundo, mas isso não é mais pacífico, sendo hoje considerada a segunda maior baía do Brasil, superada pela baía de São Marcos, no Maranhão. A maior baía do mundo é a Baía de Bengala no Oceano Índico. A BTS apresenta dois portos (Salvador e Aratu) e vários terminais marítimos como o Terminal Almirante Alves Câmara, responsável pelo escoamento dos produtos da Refinaria Landulpho Alves-Mataripe; Terminal da Dow Química; Terminal da Gerdau/Usiba; Terminal Dias Branco; Terminal da Ford; Terminal São Roque, os terminais de passageiros São Joaquim, Bom Despacho, Vera Cruz e a Base Naval de Aratu.
Na maior parte de sua extensão, a BTS é rasa, com profundidade média de 6m e máxima de 70m, no paleovale do rio Paraguaçu. Os três rios principais que deságuam na baía são o Rio Paraguaçu, Jaguaripe e Subaé. Dentre os cinco municípios baianos mais representativos em termos de PIB, três localizam-se nas margens da BTS (Salvador, São Francisco do Conde e Candeias). Não menos destacável, a BTS foi merecidamente declarada a sede da Amazônia Azul. (Fonte: Instituto Kirimurê, Geologia Marinha Blogspot).
> Baía de Aratu
A apoteose brilhante da própria Baía de Todos os Santos se dá no finalzinho da sua faixa oeste. Uma baía dentro da baía, mas a Baía de Aratu não é uma baía qualquer. É uma grande enseada que abriga a Base Naval de Aratu, o Porto de Aratu, um estaleiro, duas marinas (Aratu Iate Clube e Marina Aratu) que oferecem apoio e serviços aos navegantes, e também empresas que operam em escala industrial. Localizada a cerca de 20 quilômetros ao norte de Salvador, a Baía de Aratu abriga um dos três portos mais movimentados da Baía de Todos os Santos. Aratu está cercada por indústrias químicas, petroquímicas, metalúrgicas e de alimentos, entre outras. A menos de 50 quilômetros a nordeste dela, está instalado o polo petroquímico de Camaçari, o maior da América do Sul.
> Base Naval de Aratu
Às margens da Baía de Todos-os-Santos está a longínqua Base Naval de Aratu. Alguém já acertou esse endereço, tanto pelo Subúrbio como pela BR-324? Localizado na magnífica Baía de Aratu, a Base Naval de Aratu fica entre as praias de São Tomé de Paripe (acessível aos mortais) e a Praia de Inema (inacessível aos mesmos). A base possui dois cais, um dique seco, oficinas, heliporto e alojamentos, além de um Complexo de Magnetologia que desenvolve pesquisas e análises na área e o controle magnético das embarcações da Marinha do Brasil. A base não é totalmente fechada para civis. Com um bom motivo justificado é possível conhecer suas instalações. Há muitos anos eu conheci a base a trabalho, é um lugar bem bonito, sossegado e bacana.
Um pouco sobre sua história: As terras onde hoje se instala a Base Naval de Aratu pertenciam a Antônio Torres, um rico comerciante português e proprietário de diversos navios que comercializavam especiarias. A idéia de construção de uma base naval nas antigas fazendas da Ponta da Areia, Pombal e Boca do Rio remonta ao ano de 1883, quando o Primeiro-Tenente Antônio Alves Câmara, então comandante da canhoneira “Traripe”, foi incumbido com a missão de realizar o levantamento de um local para a mudança do Arsenal de Marinha da província da Bahia.
Mais tarde, durante a Segunda Guerra Mundial, a Marinha dos Estados Unidos construiu bases navais ao longo do litoral brasileiro. Em Salvador, foram criadas duas bases: uma base aeronaval em Aratu e outra, destinada a prestar apoio logístico a “destroyers” (Base “Baker”), localizada em frente ao porto de Salvador, atual Grupamento de Fuzileiros Navais. Após a guerra, estas bases foram entregues ao Brasil.
No ano de 1949 surgiu a ideia de construir uma Base Naval em Aratu, com a consequente transferência da Base Naval de Salvador para esse local. Entretanto, somente em 1959 foi aprovado o anteprojeto de construção pelo então Ministro da Marinha. Após 20 anos de muitos esforços e trabalho, a Base Naval de Aratu foi criada pelo Decreto nº 64.630 de 03 de junho de 1969, entrando em efetivo funcionamento em 1º de janeiro de 1970. (Fonte: Marinha Oficial).
> Confins da Baía de Todos-os-Santos
Na verdade, é impossível dizer quais seriam os verdadeiros confins da baía, com suas centenas de braços de mar e rios que penetram 80 km adentro o continente. Aqui, vamos fazer uma breve pontuação sobre o confins da baía na sua parte oeste, mais especificamente na região do Porto de Aratu.
A gente já sabe que dois portos, o de Salvador e o de Aratu, e vários terminais marítimos estão em funcionamento na Baía de Todos-os-Santos. O de Salvador, de maior porte, tem a movimentação mais expressiva de contêineres do Norte/Nordeste. O porto de Aratu, de menor porte, mas com a mesma importância do de Salvador, responde por 60% de toda carga movimentada em modal marítimo no Estado da Bahia. Para movimentar esta carga, o porto possui infraestrutura de quatro terminais, sendo um para produtos gasosos, outro para granéis líquidos e dois para granéis sólidos.
Dentre os terminais marítimos da baía, destaca-se o TEMADRE (Terminal Marítimo Almirante Alves Câmara) construído em 1957. O TEMADRE é responsável pelo escoamento dos produtos da Refinaria Landulpho Alves-Mataripe, como diesel, gasolina, parafina e lubrificantes. Este é considerado hoje o segundo terminal mais importante da Petrobrás, superado apenas pelo terminal de São Sebastião, em São Paulo. Outros terminais importantes localizados na Baía de Todos os Santos são: Terminal da Dow Química, que exporta produtos químicos; Terminal da Gerdau/Usiba, responsável pela importação de minérios de ferro e manganês; Terminal Dias Branco, agente importador de trigo e exportador de soja; Terminal da Ford, exportador de veículos; Terminal São Roque, operado pela Petrobrás, onde são reformadas e consertadas as plataformas, chatas e navios-sonda.
A CODEBA (Companhia das Docas da Bahia) é o órgão que exerce as funções da Autoridade Portuária previstas na legislação específica e realiza a administração e exploração comercial dos portos organizados no Estado da Bahia. Fonte: Instituto Kirumurê.
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