Caranguejo x centolha | Salvador e o mundo, o mundo e Salvador

Da série: Salvador e o mundo, o mundo e Salvador – Basta um pouco de atenção para sentir o nosso mundo pelo mundo afora

Quem está na Bahia não perde a chance de comer caranguejo. Essa iguaria presente na costa brasileira, sobretudo no Espírito Santo, Sergipe e Bahia, tem cerca de 180 milhões de anos de idade e milhares de espécies. O decápode (crustáceo com 10 patas) se divide em inúmeras variações e habitats bem diferentes – assim como sabores, diga-se. Presente no imaginário popular e no prato dos baianos, o caranguejo leva o básico dos nossos temperos e vai bem, principalmente, em ambientes de praia, acompanhado de pirão, caldo e uma boa cerveja. Comer caranguejo é uma missão difícil para quem não sabe, mas a gente aprende na prática, não é verdade?

Já a centolha é um caranguejo gigante, pouco conhecido no Brasil, que pode pesar até quatro quilos e cada pata pode chegar a vinte centímetros. É conhecido em todo o mundo por ter o sabor mais suave que a lagosta e mais marcante que o caranguejo tradicional. Na América do Sul, ele é encontrado na costa do Chile e do Peru, sendo um tipo de caranguejo avantajado, se comparado aos caranguejos brasileiros, porém, perto do caranguejo gigante do Pacífico, a centolla parece um siri.

As diferenças entre o nosso caranguejo e a centolha está na facilidade em retirar a carne, desde que você saiba e tenha os instrumentos corretos, claro, pois sua casca é dura e fura; na quantidade da mesma (a gente sabe a peleja de encontrar carne no caranguejo) e no seu sabor mais suave e sutilmente adocicado, que faz com que qualquer tempero mais marcante interfira no resultado. Mas também se for um temperinho bobo como serve a maioria dos restaurantes do Mercado Central de Santiago, Chile (onde experimentamos), esqueça; a carne farta, branca e vistosa fica simplesmente insossa. Muito melhor nosso caraguejinho magrinho melhor temperado e muito muito mais gostoso.