Entrevista - Eric Assmar

Entrevista com Eric Assmar, cantor, guitarrista e compositor de blues

Se você ainda não conhece ou não ouviu falar do músico Eric Assmar, em breve, você vai ouvir. E muito! E não se assuste, caro leitor, se no futuro ele ocupar o mesmo lugar dedicado aos grandes músicos baianos que entraram para a história: Raul Seixas, João Gilberto, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Dorival, Carlinhos Brown e outros.

Eric Assmar é cantor de blues e rock, guitarrista e compositor (composições em inglês, na maioria!). Etnomusicólogo, concluiu um mestrado no campo da pesquisa do blues na Bahia e é atual doutorando no campo de educação musical voltada para o blues, todos os dois pela UFBA (Universidade Federal da Bahia). Com apenas 28 anos, Eric já lançou dois álbuns autorais com a sua banda Eric Assmar Trio. O primeiro, em 2012 e “Morning”, em 2016. Aclamados pela crítica especializada, os dois álbuns demonstram a maturidade musical e lançam ao mundo o talento exímio de Eric como um dos grandes nomes do blues na Bahia e no Brasil.

Filho do músico e instrumentista Álvaro Assmar, pioneiro do blues em Salvador e sua principal influência musical, Eric é um genuíno musicista, que vive da música desde a adolescência e ama o seu ofício. Além de se apresentar com o Eric Assmar Trio, Eric também toca com seu pai na Mojo Blues Band, na Herbert & Richard, fazendo trilhas sonoras de filmes e acompanha a Cavern Beatles, banda cover do quarteto fanestástico de Liverpool.

Neste papo com o Diário de Salvador, Eric Assmar fala sobre a atual cena blueseira baiana, os desafios de se fazer uma música diferente da mais convencional produzida em Salvador, a sua musicalidade, e como o título de “cidade da música” pode abrir espaços para uma maior diversidade musical em Salvador.

Diário de Salvador – Eric, o que, atualmente, anda acontecendo na cena blueseira baiana?

Eric Assmar – No estado inteiro, eu não tenho muita propriedade para falar porque não tenho viajado tanto para o interior do estado, mas eu sei que tem gente fazendo blues em Vitória da Conquista, Alagoinhas, tem algumas cenas no interior do estado de uma turma fazendo blues. Em Feira de Santana tem o Clube de Patifes, tem uma galera tocando aí. Aqui em Salvador tem a Jam Session, um encontro de músicos que tocam com a banda base e que recebe convidados de vez em quando. No Rio Vermelh, tem o The Dubliners Irish Pub, que toda quarta-feira o pessoal da Banda Água Suja faz e algumas iniciativas de artistas e shows esporádicos e sem tanto apelo de mídia. Tem eu que estou nessa batalha, meu pai está nessa batalha. Meu pai (o blueseiro Álvaro Assmar) tem um programa de blues, o Educadora Blues, que toda quarta-feira traz lançamentos de discos de blues de todo o planeta, bem ou mal, isso é uma forma legal de você formar uma plateia, com uma rádio pública tocando em horário nobre toda a semana. Tem alguns outros artistas como a Candice Fiais, que tem um disco de blues lançado, Luiz Rocha, tem uns meninos novos como o Paulo Mendes, que foi aluno meu que está com trabalho também, o pessoal da RestGate Blues, uma banda que anda fazendo shows por aí, que tenho acompanhado. Enfim, poucas são as bandas que se assumem como blues, mas acaba que tem muitas bandas de rock and roll que fazem alguma referência, alguma sonoridade de blues e isso é muito comum aqui e eu percebo que tem um público ávido, que quer ouvir blues, que gosta e aquela velha coisa do público que não conhece e gosta. O cara que estava ali no show, assistiu, nem sabia o que era aquilo, mas poxa, ‘legal, me identifiquei’.

Diário de Salvador – Há bons espaços para ouvir e tocar blues em Salvador?

Eric Assmar – De casa de show eu percebo que, assim, com o argumento da crise econômica e política do país, tem muita casa fechando, sem conseguir funcionar, porque pra uma casa conseguir funcionar, é preciso uma regularidade de público. Se a casa começa a ficar vazia, o cara não consegue arriscar tanto, ele começa a apostar naquela programação que ele sabe que vai dar certo. E uma coisa de blues espontânea, como uma coisa de balada que vai lotar, muitas vezes é uma coisa que depende de um tempo, de aporte, fazer show regularmente, acreditar no boca a boca para crescer e tal. E acredito que nesse momento de crise, pra o cenário de casas de shows daqui da cidade está meio complicado, pouca coisa acontecendo e para o blues não é muito diferente. E eu vejo muita gente reclamando que não tem lugar pra tocar, de vários segmentos da música independente. De qualquer forma, tem o Rhoncus Pub, que toda quinta-feira tem show de blues acontecendo com Candido Neto, grande amigo meu, grande guitarrista, que comanda com Maurício Uzeda e Rex. Eu faço muito com o Trio lá, com meu pai também e tem casas que eventualmente fazem temporada de blues, mas daí dizer que existe uma casa de blues, não tem. Como por exemplo, quando eu era adolescente, estava começando a tocar, tinha o French Quartier, era um bar que o slogan era house of blues and jazz, era um bar dedicado a isso, inspirado na cultura de New Orleans, e o nome era referência ao French Quarter, um bairro de New Orleans, com uma culinária especializada, típica de lá. Teve um tempo na cidade que o French Quartier fez muito sucesso, vivia lotado, eu fazia jam de blues lá, vivia indo pra lá. Ele começou em 1999/2000 e ele foi até 2006. O início dos anos 2000, eu tinha 14, 15 anos,era a época que eu estava começando a tocar, fazendo som à noite e foi muito bom para a minha formação ter um lugar como aquele. Eu dava canja com meu pai, com o amigo Ícaro Britto, eu tocava como segunda guitarra na banda dele. E era um aprendizado pra mim, tocar numa banda. É sempre diferente de você está tocando guitarra no seu quarto e você ir pro palco tocar com uma banda, numa casa de show. É brincar na vera, você vê como as coisas funcionam. O Frech era uma referência de blues aqui. Ainda que tivesse, digamos, uma segmentação social, por ser uma restaurante chique, nem toda parcela da população de Salvador poderia frequentar, mas bem ou mal é uma referência, é alguma coisa acontecendo. Tinha o Bar Atelier nos anos 90, que ficava no Jardim Baiano em Nazaré, na casa do tecladista Miguel Archanjo, que eu não tinha idade para frequentar, mas ouvi histórias sobre o lugar a partir das entrevistas que fiz na pesquisa, com pessoas que fizeram parte de sua trajetória (Eric fez a pesquisa no seu mestrado na UFBA). O pessoal improvisava o palco na parte externa da casa, juntava algumas mesas, fazia a coisa do bar e um bar que durou quatro anos, de 92 a 96 e que movimentava a cena. Eu que toco blues na noite, vejo sempre a galera da velha guarda vir falar comigo: ‘Rapaz, poxa, eu comecei a gostar de blues na época do Atelier, você era guri, você nem andava lá, né?’ Aí eu, “exatamente”. [Risos]. O Atelier criou uma geração que curte blues.

Diário de Salvador – Como é fazer e viver de uma música diferente da mais convencional do lugar onde se vive? Em que isso pode ser positivo ou negativo para quem visa construir uma carreira como você?

Eric Assmar – O lado negativo, vamos dizer assim, é que você não tem, já comecei a falar das casas, muitos espaços abertos pra tocar, os espaços de mídia também não são tão abertos, não é uma coisa que todo mundo sabe o que é blues aqui. Você vai andar e perguntar, quais pessoas sabem o que é blues? Normalmente, pouquíssimas, né? Até mesmo em camadas sociais mais elevadas, as pessoas não sabem exatamente o que é o blues. Às vezes, as pessoas põem no mesmo saco blues e jazz como sendo uma coisa só, não diferenciam. Essa coisa da restrição, de ser um segmento minoritário é uma dificuldade, mas ao mesmo tempo é positivo porque as pessoas gostam do que é diferente, de novidade. E é curioso na cidade, as pessoas nos veem e acham legal. Então você acaba ganhando a empatia, o apoio das pessoas pelo diferente. Por não ter muitas opções, as pessoas que gostam ficam fiéis, um público que passa a ser de carteirinha, vamos dizer assim. Eu não vivo exclusivamente do blues, eu toco blues, mas toco muito rock and roll, talvez até seja um trabalho mais com rock and roll do que com blues, embora, tudo que eu toque tenha o cheiro do blues. Um guitarrista sabe que quando eu toco duas notas, o cara já sabe, ‘esse cara é blueseiro’ [risos]. Tanto no rock quanto no blues, obstáculos acontecem mas eu vivo meio que buscando os meus meios e conquistando espaço, meio que com o trabalho também do meu pai. Não sou exatamente um blueseiro mais começando, já tenho um tempo, não é grande coisa não, mas pra quem está começando, vai acabar chegando ao meu nome, pelo fato de eu ter tocado tanto, trabalhado, eu e meu pai já termos batalhado tanto por isso, já tem um pessoal que acompanha e tal. Contar com esse prestígio das pessoas virem até você, se referindo ao seu trabalho como uma coisa de qualidade, sem dúvida, é uma coisa que lhe traz uma condição melhor pra trabalhar, pra fazer aquilo ir pra frente, você sente respaldo. Isso é legal, mas claro que a gente está falando de uma coisa que é minoria, não existe uma indústria do blues operando na cidade, acho que nem mesmo em grandes cidades blueseiras dos EUA você tem isso. Tem grandes festivais, mercados com muitos artistas, casas de shows, casas de blues em algum lugar dos EUA, mas são guetos, são PUB’s, coisas que vão acontecer ali simultaneamente. Aquele arquétipo do cara milionário do blues é restrito a poucas pessoas: Eric Clapton, John Mayer, BB King, Buddy Guy e outros poucos. Quantos caras com uma trajetória tão difícil quanto BB King teve de atravessar várias gerações e ir do nada ao tudo, de financeiro? Quantas pessoas tiveram trajetórias sofridas no blues e não conseguiram ficar famosos e ter um lugar de tanto prestígio quanto BB King? É aquela dinâmica da fama que a gente sabe como é. Tem muita gente que trabalha tão bem, que rala tanto e não consegue tanto êxito e reconhecimento quanto aqueles que a gente conhece, que ouve falar na rádio e na TV. É uma dor e uma delícia trabalhar com blues aqui. Eu convivo muito com o pessoal de blues de outras partes do país. Vejo que muitas vezes eles estão muito piores (sem muitos meios adequados para trabalhar). Nesse meio, várias casas de blues fecharam e o que tem no Brasil, que dá uma força à cena nacional perante o panorama global, é a coisa dos festivais. Tem muitos festivais de blues acontecendo no Brasil. Mas eu percebo um movimento que não é tão saudável assim na cena local, que é dos festivais que muitas vezes recorrem a artistas gringos. Vejo um desejo das pessoas em ‘beber na fonte’, trazer pessoas mais ligadas ao berço do blues e fazer esse intercâmbio, que é importante, que é legal. Mas, já vi, por exemplo, com um amigo de outra cidade, que tem lugar que eles só produzem com artistas gringos. Eu já vi essa segmentação dita dessa forma. Então, eu acho que isso é bom por um lado, que você promove intercâmbio, que são artistas que circulam no mercado de lá e é legal trazê-los pra aqui, tipo Jimmy Burns, Mr Sipp, exemplos de grandes artistas de blues que estiveram no Brasil há pouco tempo e que não são conhecidos do grande público; mas se você restringir, como você fomenta uma cena nacional? É o próprio festival do país sabotando a cena local, se você pensar por esse lado. Então acho que precisa haver um equilíbrio entre essas coisas pra gente falar de uma cena de blues que se auto alimente, vamos dizer assim. Arrematando a pergunta, penso que as cenas do blues no Brasil, elas meio que agonizam, pra além dos festivais. Eu vejo esse discurso em vários artistas, a galera meio que “poxa, cara, eu não consigo pagar minhas contas tocando só blues”, “poxa, cara, está difícil e tal”, e são artistas consagrados, estou falando de caras com mais de dez discos, muitos anos de carreira, caras que rodaram o mundo inteiro, que são referências no blues nacional, cara desse tipo de status que estão reclamando, que não está tão legal a cena do blues no Brasil. Mas acho que os festivais são um bom caminho e quero acreditar que os grandes artistas internacionais não venham atrapalhar e se caminhe (penso que os artistas internacionais e nacionais podem coexistir, como forma de um intercâmbio saudável mesmo) mais no sentido desse intercâmbio. Mas o Brasil também tem uma área geográfica muito grande, como você vai fazer as regiões se comunicarem? Mesmo com avião, internet, não é tão fácil assim.

Diário de Salvador – Como é a rotina de um músico como você, que já tem certa maturidade musical, que já tocou em festivais de músicas no exterior, em Salvador? Estar fora do eixo Rio-São Paulo interfere em muita coisa?

Eric Assmar – No meu caso, não é uma rotina só de músico, eu também administro minha carreira. Essa parte de empresariar (agenciar), produzir, comunicação com a imprensa, eu que cuido de tudo. Eu tenho pessoas que me ajudam, amigos, mas no meu dia a dia, na minha rotina, estou sempre lidando com essa parte de produção ligada à carreira, não só minha com o Trio mas de outros trabalhos que administro; buscando traçar iniciativas, o que vou fazer, agenda de shows, recebimentos e pagamentos de cachês, fornecedores, produção de conteúdo. Estou sempre dividido entre essas várias vertentes de carreira artística e minha rotina em cantar e assumir isso tudo. É uma rotina bem louca e atribulada e, há quase dois anos, tenho a rotina de doutorando que tem dificultado um pouco e exigido bastante de mim. Estou tendo que rebolar um pouco mais para conseguir conciliar. O fato de eu não estar no eixo Rio-São Paulo não me exclui de administrar minha carreira por causa da internet que facilita muito as coisas, consigo me comunicar. Se eu morasse em São Paulo, eu acho que eu levaria uma vida tipo a que eu levo hoje, só que com iniciativas locais de lá. Estaria fazendo mais shows nas casas de lá. Mas dá pra você costurar sua carreira de outros lugares, contando com esse apoio gigantesco que a internet dá. Já agenciei e fechei muita coisa em outras cidades, com pessoas que sequer conheci, contando com o auxílio da internet. Já fechei show pros EUA, sem sequer conhecer as pessoas, é assim que as coisas funcionam.

Diário de Salvador – E o projeto do disco/DVD ao vivo? Você já consegue vislumbrar mais alguma coisa?

Eric Assmar – É um plano de ir pra um ao vivo, mas com músicas novas. Porque a minha percepção é que as músicas dos dois discos do Eric Assmar Trio, nos discos, elas são uma coisa, ao vivo, elas viram outra. Elas ficam mais extensas, ganham mais energia, e eu sinto falta de ter isso em um disco. Ter essa vibe de estrada. Mas não tenho esse plano avançado ainda não. Também não consigo vislumbrar um local ou se em Salvador. Possivelmente, algum teatro ou casa de show fechada.

Diário de Salvador – Onde essa sua paixão pela música e pelo o que você faz você acha que vai lhe levar?

Eric Assmar – Humm, não sei. Mas o sabor da coisa é muito mais a estrada que o destino dela. O que eu pretendo com a música é me manter, fazendo e gravando músicas novas, levando e compartilhando isso pras pessoas, tendo feedback dessas pessoas e chegar num ponto em que eu possa olhar pra trás e ver que coisas aconteceram, que o tempo não foi em vão. Que eu consegui fazer música na qual eu acreditava, ter pessoas dando apoio e prestígio pra isso, as pessoas se identificando emocionalmente com aquilo que você fez, poxa, isso é muito gratificante, muito legal. Eu busco ter uma estrada em que as coisas estejam acontecendo e que eu possa deixar alguma coisa pras pessoas. Não tem nada a ver com ter milhões de dólares e ser ‘uau’. Desenvolver coisas que eu não tinha pensando antes, me submeter a experiências novas, acho que todo cérebro precisa disso, se não, pifa [risos].

Diário de Salvador – Você é um músico bastante completo. Qual a sua faceta que mais gosta: cantor, compositor ou instrumentista?

Eric Assmar – Eu gosto das três coisas. Ultimamente, eu estou sentindo que, por eu estar tão atribulado com tanta coisa, num momento que está demandando muita presença, eu estou estudando, tocando pouco guitarra, não estou me dedicando o quanto eu deveria estar me dedicando como guitarrista, eu estou sentindo falta. Eu gosto de tudo, mas eu me realizo mesmo quando eu estou tocando e cantando uma música minha. Eu gosto muito dessa coisa toda, eu gosto de performance, estar no palco e mover a galera e fazer a bagunça, eu gosto disso. Eu sou um “arruaceiro” nato.

Diário de Salvador – Eu sei que você vive o universo da música 24 h por dia. Qual a importância da música como um todo em sua vida e como ela influencia o seu modo de ver e viver a vida?

Eric Assmar – [Pensativo] pergunta bem abrangente, né? A influência da música na minha vida passa até pelo entendimento de quem eu sou. Não existe Eric sem um cara que toca guitarra e gosta de música, desde sempre foi assim. Comecei a tocar guitarra com 9, 10 anos, não tão cedo assim, eu tive uma vida de criança sem tocar instrumento mas eu pensava nisso o tempo inteiro. Eu pensava ‘eu quero tocar guitarra’, ‘eu gosto de música’, era quase uma obsessão de guri. Então meu próprio entendimento de quem eu sou enquanto ser humano, eu diria que ele é inseparável, indissociável da influência da música, já começa por aí. Eu diria também que a minha busca por realização, meus desejos, tudo é permeado pela música. É meu negócio e meu carma. Penso em música o tempo inteiro e estou sempre vendo coisas relacionadas à música.

Diário de Salvador – Salvador ganhou, recentemente, o título de cidade da música. Como você acha que isso pode ser usado para dar mais espaço a outros gêneros musicais?

Eric Assmar – Passa pela égide do poder público, vamos dizer assim, pela mão do poder público, de empreender iniciativas, né? Trabalhar para que realmente essa pluralidade seja contemplada. O que acontece: você tem a política dos editais, de uns anos pra cá, ela veio como uma forma de você tornar democrático o chamamento público para artistas e tal, de conceder verbas públicas para que iniciativas aconteçam. Tem a questão dos pontos de cultura também, que é legal para trabalhar a valorização de tradições populares. Mas aqui a gente tem muitas demandas, muitos cenários musicais diferentes em Salvador e que todos têm a mesma queixa, que precisa de verba pra fazer acontecer. Então, essa cidade da música, eu acho que poderia ter um aporte maior, com mais gente trabalhando, no sentido de contemplar mais segmentos desses, com mais verba, com mais cuidado mesmo e isso entender também que a cultura é um traço definitivo pra você trabalhar com a autoestima e educação de qualquer povo.

Diário de Salvador – Vamos fechar com uma pergunta clássica. Qual conselho que você dá a uma pessoa que visa construir uma carreira musical, independente de estilo, da idade e que está começando agora, nesse ambiente local em que vivemos?

Eric Assmar – Seja seu maior fã. Trabalhe duro, vinte e cinco horas por dia no que você quer, tenha casco duro para aguentar certas coisas, osbstáculos no meio do caminho e acredite, vá. Quando eles disserem que não vai dar, que é impossível, duvide. Existem situações que você vai ter todo mundo ao seu redor que poderiam estar lhe ajudando e vão lhe dizer, ‘rapaz, isso é difícil’. Você vai ter que ser resiliente, fazer escondido dos outros, [risos]. Acho que passa por isso aí. Perseverança, né? São coisas clichês, mas busque se articular, busque parcerias, que você vai precisar, que a música não acontece só com você tocando, é toda uma dinâmica com outros artistas, intercâmbio. O músico também não é uma pedra completamente lapidada, você sempre está aprendendo, com esferas de mídia, veículos de comunicação, jornalistas, casas de shows, empresários, meios de difusão musical, de plataformas digitais, quem trabalha com artes visuais, edição de vídeo, acho que o artista tem que se articular com tudo isso. A música nunca esteve tão visual como ela está hoje em dia. Tem que estar antenado, pesquisar, estudar e não se acomodar em zona de conforto. Tente se manter fazendo.

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