Roteiro de 5 dias em Roma, com foco no Vaticano

Itália: Roteiro de 5 dias em Roma, com foco no Vaticano

Antes de viajar para a Itália, sempre tive na cabeça que seria um país para visitar várias cidades e que era preciso o maior número possível de dias lá. E é mesmo. O que eu não sabia era que mesmo você visitando bastantes cidades e tendo uma boa disponibilidade de dias, nunca será o suficiente. Haverá sempre mais e mais cidades e regiões para serem exploradas e quanto mais dias e tempo para viver a Itália, melhor. E que nunca será o suficiente.

Viajei por quinze dias pela Itália e, após essa viagem e depois de um tempo viajando, percebi que quando você viaja pela primeira vez para um local, você tem apenas uma ideia daquele lugar e quase sempre haverá motivos para você voltar, seja porque sempre haverá coisas e lugares novos a serem explorados, seja porque é necessário ou desejável viver novamente o que já se viveu.

Mesmo quem nunca tenha sido atraído para explorar os cantos da Itália, é bem provável que Roma esteja na sua lista de cidades “preciso conhecer um dia”. A capital da Itália oferece uma mistura sem igual de história, arte, cenário urbano, culinária e vida moderna. Principal cidade italiana para voos que saem do Brasil, é bem provável que você irá chegar ou sair da Itália por ela. Por isso, uma quantidade razoável de dias em Roma é necessário, especialmente se você quiser explorar um pouco mais o Vaticano, que foi o nosso caso. Roma é uma cidade enorme e há tanta coisa para ver que, embora você possa pensar inicialmente que cinco dias em Roma é muito tempo e você vai ficar entediado no terceiro dia, pode lhe assegurar que você não vai.

A fachada da Basílica de São Pedro, no Vaticano

Roma é uma cidade imperdível, no entanto, é exatamente isso o que pode torná-la desafiadora do ponto de vista de um turista e, especialmente, se você estiver fazendo o seu caminho pela Itália e querer compará-la a cidades anteriores ou que ainda irá passar. Como falei acima, Roma é uma cidade grande, mas não é só isso, Roma também está sempre lotada.

Apesar de ficar ainda mais movimentada durante a temporada do verão, quando a maior parte dos turistas chega à cidade, não há uma temporada de “baixa” em Roma – turistas visitam a capital italiana o ano todo. Os preços tendem a cair e as filas não são tão longas no inverno, no final do outono e no início da primavera, mas, mesmo assim, é provável que você não tenha o Museu do Vaticano, por ex, apenas para si.

A verdade é que não importa quando você pretende visitar, Roma tem uma lista interminável de arte de classe mundial, igrejas famosas, monumentos antigos, coisas para fazer e excelentes locais para comer. Você poderia até visitar Roma sem muito planejamento, virar uma esquina e dar de cara com a Fontana de Trevi ou algo assim, mas se você possui uma lista de coisas que você ficaria realmente chateado se você perdesse em Roma, saiba que é preciso um pouco de preparação.

O que fazer em Roma

Aqui vão algumas sugestões de coisas que podem ser feitas em Roma, especialmente, se você estiver indo pela primeira vez. O roteiro de cinco dias foi elaborado tendo como foco o Vaticano e ainda bate e volta de um dia à Capri.

Primeiro dia: Campo dei Fiori, Piazza Navona, Igreja Saint Louis of the French, Piazza del Popolo, Galeria Borghese, Piazza Spanha e Fontana de Trevi

No meu primeiro dia em Roma, só havia uma coisa programada anteriormente para fazer, que era a Galeria Borghese, que tinha marcado para o final do dia. Então, reservei esse dia para sair andando pela cidade de forma despretensiosa, meio que sem destino e rumo certo para ir tendo uma ideia da cidade. E recomendo que você faça do seu primeiro dia em Roma, algo como um dia para sentir a cidade em toda sua plenitude.

Comecei andando pelo Campo dei Fiori, local que fiquei hospedada e um ótimo lugar para ficar, bem pertinho de tudo, inclusive do Vaticano. Aluguei um apartamento pelo Airbnb mas há também boas opções de hotéis próximos como o Boutique Hotel Campo dei Fiori, que é liiindo, todo de planta na frente.

O Campo di Fiori é uma grande praça e seu maior atrativo é a feira que acontece de segunda a sábado, durante todo o dia e que vende de um tudo, como se diz na Bahia, rs. Tem muitas opções de coisas para comer e beber, especialmente, opções de limoncello bem mais naturais que os de marca mais industrializados. Com o final da feira, à noite, a praça fica lotada de gente nos bares, cafés e restaurantes, sendo uma excelente opção de passeio noturno e para quem quer um pouco de badalação.

Roteiro de 5 dias em Roma, com foco no Vaticano

Perto dali, está a Piazza Navona, que na minha opinião é a mais linda praça de Roma. De formato oval, está repleta de restaurantes, gelaterias, lojas de lembranças e o Museu de Roma, dentro do Palazzo Braschi. Uma grande parte de arte barroca da cidade está em exibição aqui. A Fontana dei Quattro Fiumi de Bernini apresenta figuras primorosamente esculpidas representando os quatro grandes rios do mundo e a lenda conta que a figura com os braços estendidos está recuando horrorizada da Igreja de Sant’Agnese in Agone por Borromini, rival de Bernini.

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Ao lado da igreja, você pode ir até a Via della Pace, uma das ruas mais pitorescas de Roma. No final fica a igreja de Santa Maria della Pace, com seu pórtico branco brilhando ao sol. Aproveitamos para almoçar nessa região, no restaurante Di Biagio (não encontrei o site deles),  que fica na Via di Tor Millina, 35, uma ruazinha estreitinha deliciosa, que fica bem pertinho da Piazza Navona. Os preços são na média de Roma, com massas custando uma média de 20 €.

Roteiro de 5 dias em Roma, com foco no Vaticano

Bem perto da Piazza Navona, está a Igreja Saint Louis of the French, igreja da comunidade francesa de Roma desde 1589, uma joia pouco conhecida. Essa, pra mim, foi uma das igrejas mais marcantes de Roma. Nela está um trio de pinturas de Caravaggio: o Vocazione di San Matteo (O Chamado de São Mateus), o Martirio di San Matteo (O Martírio de São Mateus) e San Matteo e l’angelo (São Mateus e o Anjo), conhecido coletivamente como o ciclo de São Mateus.

 

As três telas estão alojadas na Capela Contarelli à esquerda do altar principal e estão entre as primeiras obras religiosas de Caravaggio, pintadas entre 1600 e 1602, apresentando um realismo realista e o uso impressionante do forte contraste entre claro e escuro.

De lá, seguimos para a Piazza del Popolo, e antes uma paradinha na Gelateria dei Gracchi, que fica bem na esquina na praça. A Piazza del Popolo é uma grande praça e no centro dela está um obelisco egípcio, que data do reinado de Ramsés II, que foi trazido para Roma em 10 a.C, e colocado nesta praça no século XVI.

A Piazza del Popolo é uma grande praça e no centro dela está um obelisco egípcio, que data do reinado de Ramsés II, que foi trazido para Roma em 10 a.C, e colocado nesta praça no século XVI. No lado sul da Piazza estão as igrejas gêmeas de Santa Maria em Montesanto e Santa Maria del Miracoli, em cada lado da Via Corso.

 

Do outro lado da praça, perto de um grande arco, está a Igreja Santa del Popolo, que abriga famosas pinturas de Caravaggio, como a Conversão de São Paulo e a Crucificação de São Pedro e ainda tem mosaicos feitos por Rafael e esculturas de Bernini.

O Terraço Pincio que fica acima da Piazza del Popolo proporciona uma vista deslumbrante do centro histórico da cidade até a Cidade do Vaticano. Você pode acessar o Pincio Terrace a partir da Villa Borghese ou pelos degraus da praça, que estão bem visíveis no canto da praça, não tem erro. O terraço é beeem disputado. Uma vez que este é um local popular para turistas, espere ser abordado com bastante frequência por pessoas que vendem coisas diferentes.

Do terraço, seguimos andando até a Galleria Borghese, o qual tínhamos reservado horário. Se você estiver muito cansado, é recomendável pegar o trenzinho que faz transporte pelo parque porque é beeem distante do mirante até a galeria. Eu quase morri de tanto andar. Mas também se você disposição e não tiver tempo depois para conhecer o parque (Villa Borghese) que é maravilhoso, vale muito a pena ir conhecendo e apreciando ele. Vale muito a pena!

A Galleria Borghese é uma das coisas mais lindas que já vi na vida, uma coleção magnífica de arte barroca. Antes de ir todo mundo falava o quanto ela era linda mas só estando lá para confirmar com os próprios olhos. A Galleria em si é uma obra-prima, encomendada pelo cardeal Scipione Borghese, do século XVII, para abrigar seus tesouros, incluindo a escultura de Antonio Canova da irmã de Napoleão Bonaparte como Venus Victrix, Apolo de Bernini e Daphne e o auto-retrato de Caravaggio como Baco. Não arrisque para comprar na hora, as vagas são bem limitadas. Compre aqui. E confira nosso post completo sobre a Galeria Borghese.

Ao sair da galeria, retornamos de trenzinho para o Terraço Pincio e seguimos andando para a Piazza di Spagna, que fica bem ali pertinho. A Piazza di Spagna é fascinante, democrática e abriga as mais chiques boutiques de Roma na Via dei Condotti, a lendária rua comercial de Roma. Você pode subir ou descer os degraus famosos que levam à Igreja Trinità dei Monti para admirar a praça e a fonte em forma de navio de Bernini vista de cima. Aviso: Essa praça fica lotadaça e muita gente alerta para batedores de carteira na escadaria. Eu achei uma delícia o astral dessa praça e não vi nada demais.

Como era verão e estava anoitecendo quase às 23h, então, pense num dia que rendeu. Na volta pra casa, estava no caminho a fascinante Fontana di Trevi. Por mais que a Fontana di Trevi seja absurdamente falada, nada vai superar quando você vê-la pela primeira vez. Majestosa é até difícil assimilar toda a sua grandeza, estando encravada em meio aos prédios de Roma.

A maior fonte de Roma é também conhecida pela superstição e tradições únicas que a rodeiam. Supostamente, se você jogar uma moeda com a mão direita sobre o ombro esquerdo, estará destinado a voltar a Roma algum dia. Se você jogar três moedas por cima do ombro – uma garante seu inevitável retorno a Roma, uma promete encontrar o amor e a terceira que seu amor levará ao casamento. Bobagens, superstições à parte, saiba que cerca de € 3.000 são arrecadados na fonte todas as noites e doados para uma organização sem fins lucrativos que fornece alimentos para os desabrigados em Roma.

A área que circunda a Fontana di Trevi fica mega movimentada durante todo o dia, eu nunca tinha visto tantas pessoas concentradas em um único lugar. Portanto, esteja preparado para não conseguir o melhor ângulo, a melhor vista da fonte, o melhor lugar, o que poderá lhe frustar, que foi um pouco o meu caso. A fonte em si é uma coisa absurdamente suntuosa, que você fica perplexo, sem palavras. Mas tinha tanta, tanta gente na hora que não deu para aproveitar o tanto e a forma como eu queria. Paciência, né? Da próxima vez, vou madrugar e ficar contemplando a fonte por horas a fio, rs.

Segundo Dia: Benção do Papa (Angelus), Basílica de São Pedro e Cúpula (Vaticano)

Domingo em Roma, nenhum outro destino se faz mais imperioso que explorar o Vaticano. Afinal, ter a oportunidade privilegiada de ver o Papa em Roma e ainda receber a sua benção na Praça de São Pedro não é algo que se pode desperdiçar. A ida ao Vaticano não se restringe a quem é católico. Com muita cultura, história e arte, é um lugar que todo tipo de pessoa e credos deve conhecer.

Saímos cedo do Campo dei Fiori e, por ser próximo ao Vaticano, fomos andando, apreciando a paisagem. Se você for de metrô, salte na estação Ottaviano/San Petro da linha A-vermelha e caminhe pela Via Ottaviano até chegar à Praça de São Pedro. Ao avistar a Basílica de São Pedro, a emoção vai aumentando a cada passo.

Por ser domingo, tínhamos nos preparado para avistar o Papa Francisco do alto da janelinha da sua biblioteca, mas nesse dia, especialmente, houve uma enorme celebração de Pentecostes na Praça de São Pedro. Então a benção ocorreu durante essa celebração, o que deixou tudo ainda mais especial. Após a celebração, aproveitamos para conhecer a Basílica de São Pedro e subir até a sua cúpula.

Ao sul da Cidade do Vaticano fica o Castelo Sant’Angelo, uma fortaleza onde os papas buscavam consolo durante os cercos. No topo, é possível ter vistas esplêndidas da Cidade do Vaticano e do Rio Tibre. Na sua base, você pode ver a Ponte Sant’Angelo com os anjos de mármore requintadamente esculpidos de Bernini. Eu falo com detalhes sobre todo esse dia no Vaticano nesse post e nesse post.

Terceiro Dia: Museus do Vaticano, Coliseu, Forum Romano, Monte Palatino, Piazza Venezia, Panteon

Como os Museus do Vaticano não abrem aos domingos, escolhi logo a manhã da segunda-feira para conhecê-lo. Há 54 galerias diferentes e vários pátios dentro dos Museus do Vaticano, cada um com pinturas e esculturas cuidadosamente escolhidas, coletadas por séculos de papados. Como o Louvre em Paris, os Museus do Vaticano contêm obras de arte de valor inestimável que podem ser vistas tranquilamente durante um dia, mas durante umas quatro horas, você consegue ver as partes mais famosas dos museus. De todos os lugares que visitamos em Roma, os Museus do Vaticano foram os mais movimentados, por isso, se possível eu recomendo começar o seu dia aqui e comprar os ingressos antecipadamente. Leia todas as informações e os preços dos ingressos no nosso post sobre os Museus do Vaticano.

Depois de conhecer os Museus do Vaticano, pegamos o metrô e seguimos para explorar o Coliseu e o Forum Romano. Assim que descemos na Estação “Colosseo”, conhecemos uma simpática baiana que nos levou a um restaurante muito bom, ali pertinho. Saindo da estação, vire no sentido à direita. Localizado dentro de um pequeno estabelecimento comercial, foi uma das melhores massas que comi em Roma mas, infelizmente, não me recordo o nome.

Essa massa foi uma das melhores que comi em Roma!

O símbolo mais reconhecido de Roma, o Coliseu tem uma longa e sangrenta história. Foi inaugurado em 80 d.C. com 100 dias de jogos, incluindo combates de gladiadores e lutas de animais. Foi o maior anfiteatro do Império Romano e acredita-se que tenha embalado até 50.000 pessoas no interior. Apesar de séculos de negligência – foi usado como pedreira até o século XVIII – permaneceu intacto (na maioria das vezes). Usado para entretenimento (na maioria das vezes do tipo sangrento, um-de-nós-vai-morre-hoje), o Coliseu é o maior e mais bem preservado anfiteatro do Império Romano. Ver esta história épica com os seus próprios olhos é uma prioridade absoluta em Roma.

Inegavelmente o mais famoso monumento antigo e o maior anfiteatro do mundo. Outrora um lugar onde os gladiadores se matavam, agora é um museu a céu aberto que nos traz de volta um par de mil anos no tempo.

Hoje, quase 4 milhões de pessoas visitam o Coliseu anualmente. Os ingressos não possuem hora marcada e eles valem por um ano. Compre seus ingressos com antecedência ou esteja preparado para esperar em uma fila muito longa, assim como à dos Museus do Vaticano. O ingresso é combinado com o  Fórum Romano, o Coliseu e o Monte Palatino, que concede acesso a todos os três locais (contanto que você visite no mesmo dia) e permite que você pule a fila no Coliseu. Compre aqui. Se você não comprar o ingresso com antecedência para o Coliseu, visite o Fórum Romano primeiro, pois as filas na bilheteria são bem mais curtas, e como eles incluem o Coliseu, você entrará mais rápido no Coliseu assim que você terminar o Fórum.

Em meio a tantas ruínas, o que há de especial no Fórum Romano? Caramba, tudo! Por mais que você não perceba nem tanto sentido nas coisas. Essa foi a sede do poder durante o reinado do Império Romano, bem como o mercado central e o distrito comercial. Basicamente, a vida romana durante séculos girou em torno desta área de Roma, e nenhuma visita à cidade é completa sem andar por estas antigas ruínas.

Siga para ver o Monte Palatino, uma das partes mais antigas da cidade antiga. É aqui que (devido à mitologia) Rômulo e Remo foram encontrados pelo lobo que salvou sua vida e os alimentou. Muitas personalidades romanas famosas viviam nesta colina, entre elas Augusto, um dos mais importantes imperadores da história romana.

Depois caminhe para a Piazza Venezia, que fica bem pertinho dali. Ao entrar na praça, você encontrará o imponente Monumento Nazionale a Vittorio Emanuele II, mais conhecido como Altare della Patria, dedicado ao homem que unificou a Itália no século XIX. O monumento de mármore branco ornamentado causou um rebuliço quando foi construído, visto que uma grande parte da cidade medieval foi demolida para abrir caminho para ele. Mas hoje é uma visão imperdível.

Nesta área, há também dois palácios menores, o Palazzo Generalli e o Palazzo Bonaparte – em homenagem à mãe do imperador francês, que talvez mereçam uma visita para quem tiver um pouco mais de tempo.

Depois dali e, após entrar em algumas igrejas pelo caminho, siga rumo ao templo para todos os deuses, o Panteão, que na verdade é o local de sepultamento dos reis de Roma e outras figuras proeminentes, incluindo Rafael. O Panteão foi construído entre 118 e 128 d.C. no local de um templo antigo, tem quase 2.000 anos e é considerado uma façanha arquitetônica, sendo a maior cúpula de concreto não reforçado do mundo.

É impossível não ficar impressionado com essa incrível cúpula e monumento. Eu fiquei o tempo inteiro de boca aberta. Caminhe para dentro e olhe para cima – o óculo na cúpula está aberto para o céu, deixando a luz do sol entrar. Se você visitar em um dia ensolarado, você verá o qual esse lugar é majestoso. A entrada do Panteão é gratuita e o horário de funcionamento é das 9h às 19h30 de segunda a sexta-feira e das 9h às 18h nos domingos. Depois seguimos para o Campo dei Fiori e comemos uma legítima pizza italiana.

 

Quarto dia: Bate e volta para Capri, com rápida passada em Nápoles

Mesmo com todas as vistas e lugares incríveis de Roma, não é uma péssima ideia sair da cidade para uma viagem de um dia – se você, assim como eu, também adora uma mudança de cenário. Há ótimas opções para passeios de um dia de Roma e a nossa escolha não poderia ter sido melhor: a belíssima Capri.

Quinto dia: Audiência com o Papa, Trastevere, Scavi Tour, Igreja San Giovani

Como o Vaticano era a nossa prioridade em Roma, programamos nosso roteiro para estarmos no domingo (dia da benção do Papa) e na quarta (dia da audiência Papal) na cidade. Acho que de todos os dias, a quarta, dia que acontece a audiência é o mais emocionante de todos. Ver o Papa bem pertinho de você, e, ainda mais o Papa Francisco, foi uma emoção sem igual. Para participar da audiência – que na verdade, é o desfile do Papa no papamóvel pela Praça São Pedro e uma linda pregação em diversas línguas, feita por religiosos de várias nacionalidades junto com o papa – é necessário cumprir alguns trâmites antes e no dia anterior. Eu conto todos os detalhes no post sobre a Audiência Papal.

Após a audiência, pegamos um táxi e seguimos para almoçar e dar uma leve explorada no bairro Trastevere, pena que não foi por muito tempo porque tivemos que retornar ao Vaticano para fazer o Scavi Tour na parte da tarde. Trastevere é uma fusão do passado e do presente, com ruelas estreitas de paralelepípedos e possui uma atmosfera peculiar, bem diferente dos outros locais de Roma. Separado do resto da cidade pelo rio Tibre, Trastevere escapou do desenvolvimento moderno e manteve um encantador charme medieval e identidade local.

Trastevere é aquele bairro de Roma, onde a lavanderia dos apartamentos está esticada nas varandas, as plantas cobrem as janelas de madeira, dando um ar que o tempo parou e que a modernidade não faz questão de chegar. É um lugar muito gostoso para sem pressa por becos e comer em ótimas trattorias.

Inclusive, almoçamos numa tratoria com excelente custo-benefício, a Baccanale, que fica na Via Della Lungaretta, 81. Preços de 14 € na média, com opções de massa, pizza e carnes, coisa rara.

Trastevere é o último bolsão medieval sobrevivente de Roma e uma dessas heranças é a igreja mais antiga da cidade, a Basílica de Santa Maria, com vista para a Piazza de mesmo nome.

Você acredita em mitos? Aparentemente, no dia em que Jesus nasceu, uma fonte de óleo puro jorrou da terra aqui mesmo, significando a vinda da graça de Deus. A igreja foi assim fundada neste local no século 4 e uma coluna do altar marca a localização exata deste milagre. A basílica de hoje foi reconstruída no século XII pelo papa Inocêncio I, usando materiais de locais arruinados, como os Banhos de Caracala.

 

Dentro da igreja, estão mosaicos desbotados do século XII a XIII, que incluem os famosos painéis de Cavallini que retratam a vida da Virgem Maria. Eu também não tinha ouvido falar dele, mas concordo que valem a pena ver. O papa Callixtus (o fundador desta igreja) está enterrado aqui.

Ali perto, aproveitei para experimentar mais um gelato delicioso, o da Venchi. Retornamos ao Vaticano para fazer o intrigante Scavi Tour, um passeio pela necrópole nos subterrâneos da Basílica de São Pedro e onde supostamente está os restos mortais de São Pedro. Esse passeio é absolutamente surreal e eu falo com mais detalhes dele nesse post.

Após o Scavi Tour e antes de seguir para Florença, como ainda tinha um pouquinho de tempo em Roma, fiquei na dúvida se conhecia a Basilica di Santa Maria Maggiore (Basílica de Santa Maria Maior) ou a San Giovanni in Laterano. Acabei escolhendo a San Giovani in Laterano (São João de Latrão),  por ser a igreja catedral de Roma e a sede do Papa na cidade e, como tal, é uma das igrejas mais importantes de Roma. Enquanto quase todo mundo chega à Basílica de São Pedro, menos pessoas vêm até aqui, tornando este um lugar mais calmo e relaxante para se visitar.

Fundada originalmente pelo imperador Constantino no início do século IV, foi reconstruída várias vezes e a estrutura atual data de 1589. O interior é de meados do século XVII, quando o papa Inocêncio X encarregou Borromini da tarefa de restaurá-lo em preparação para o ano jubilar de 1650: uma comissão que levou a o impressionante interior barroco encontrado hoje. A imponente fachada data de 1735, com suas estátuas facilmente reconhecíveis de sete metros de altura de Cristo e os Apóstolos, que lembra um pouco a Basílica de São Pedro, no Vaticano.

Ficou faltando conhecer muitas outras igrejas em Roma, mas não me arrependi nem um pouco de ter ido conhecer essa. É uma igreja belíssima e muito especial. Seu interior é extremamente marcante e que vale muito, muito a pena conhecer.

Igreja San Giovanni in Laterano: Metrô, linha A (parada: San Giovanni).

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