Associacao Comercial da Bahia

O prédio da Associação Comercial da Bahia e a Praça Riachuelo

E no meio do Comércio, eis que você encontra essa joia arquitetônica fina e delicada. Construído sob os alicerces do Forte de São Fernando, o Palácio da Associação Comercial da Bahia foi solenemente inaugurado às 10h do dia 28 de janeiro de 1817, com bênção, orquestra e pompa; os convidados ricamente vestidos e as senhoras, “convidadas para um copo d’água”, trajadas com máximo luxo e riqueza. Os “negociantes da Praça da Bahia”, reconhecidos, ofereceram a D. Marcos de Noronha e Brito (Vice-rei do Brasil e VIII Conde dos Arcos) uma espada de ouro.

Este edifício é a primeira manifestação de reação ao rococó na Bahia, tendo como projetista o arquiteto português Cosme Damião da Cunha. Em estilo neoclássico, o prédio é composto por três corpos de construção: o pórtico central de pé direito duplo, com colunata jônica e dois corpos laterais simétricos com dois pavimentos. Uma escada externa em dois lances conduz diretamente ao pavimento nobre. A construção da caixa externa e paredes mestras são em alvenaria de pedra e divisórias de paredes francesas. Externamente o edifício apresenta decoração em coroas e guirlandas, executadas em estuque, além de duas portadas em mármore, com inscrições em memória a D. João VI. Foi no seu salão interno principal que o poeta Castro Alves declamou pela última vez.

Além da beleza do prédio (o qual carece de uma boa manutenção e está prevista ainda para este ano), outra coisa que queremos destacar nesse post é sobre o grande aterro feito nessa área, da Rua Miguel Calmon até a hoje Avenida da França. Para se ter uma ideia, o mar batia na atual frente do prédio da Associação Comercial e, devido a isso, a sua frente era no atual lado de trás. Prova disso é que o endereço do prédio permaneceu na Praça Conde dos Arcos e não na Praça Riachuelo (atual praça frontal).

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Já a histórica Praça Riachuelo (que já foi iluminada por 24 lampiões a gás!), em frente ao prédio da Associação, é uma homenagem aos heróis da Batalha de Riachuelo (1865), na Guerra do Paraguai (1864-1870). Mas por que essa homenagem? A Guerra do Paraguai foi o maior conflito armado internacional ocorrido na América do Sul, travado entre o Paraguai e a Tríplice Aliança (Brasil, Argentina e Uruguai). Na Batalha Naval de Riachuelo, a Marinha brasileira alcançou uma importante vitória. A Marinha paraguaia foi quase inteiramente derrotada e foi imposto um bloqueio naval ao Paraguai, que ficou impedido de receber provisões durante o restante da guerra.

Praca Riachuelo

Feita em mármore lioz português, ferro e bronze, e altura total de 23 m, a obra foi presente da Associação Comercial da Bahia, que buscava homenagear os heróis da guerra. Em março de 1872, o Imperador Dom Pedro II bateu a pedra fundamental do Monumento, sendo inaugurado em novembro de 1874. O monumento, em estilo neoclássico, foi moldado na França, com base no projeto do artista baiano João Francisco Lopes Rodrigues (1825-1893). Em sua coluna estão relacionadas as batalhas da Guerra do Paraguai. O Anjo da Vitória, com coroa de folhas de louro, no alto do Monumento, tem inspiração nas esculturas das vitórias gregas, da Grécia antiga. No pedestal, há um grande medalhão de bronze no qual estão esculpidas as armas do Império.

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