Nesta semana do aniversário de Salvador, iremos destacar neste post quatro locais em que vemos enorme potencial de oportunidades e crescimento na capital baiana.
1. Rua Chile
Uma ainda tímida Rua Chile que, acreditamos, dentro em breve, voltará aos tempos gloriosos do passado. O Palacete Tira-Chapéu (foto em destaque), antiga Associação dos Empregados do Comércio da Bahia, um marco dentre os edifícios ecléticos construídos no século XX e ainda existentes em Salvador e, futuro centro gastronômico, está ficando extraordinário e será uma das novas referências arquitetônicas e gastronômicas da cidade; os melhores hotéis já se instalaram e outros ainda irão se instalar; a Praça Castro Alves, que é para ser sempre do povo; o Cine Glauber Rocha, o Teatro Gregório de Mattos e o Espaço Cultural da Barroquinha nos despertam que a arte e a cena cultural alternativa que acontece nos centros é termômetro de diversidade, coletividade e ressignificação dos espaços de rua. Suspiros de pedras portuguesas é vida. Soteropolitanos e turistas na rua são a maior riqueza. As portas e janelas há anos fechadas dos mais charmosos prédios só querem novamente serem palcos de vivências, existências e reexistências. E o comércio de rua, ainda tão incipiente, simplório e quase inexistente, é o farol de que ali está um promissor eldorado soteropolitano.
2. Subúrbio Ferroviário
Salvador é uma cidade tão sui generis, que tem no seu subúrbio, local comumente associado a desigualdades no Brasil, um dos seus tesouros menos conhecidos, com belezas naturais vertiginosas, pouco exploradas turisticamente, bem como pela sua própria população. Com mais de 286 mil moradores, que corresponde a quase 10% do total da população da cidade, o Subúrbio de Salvador é conhecido pela antiga linha ferroviária que ligava o bairro da Calçada ao bairro de Paripe, e que agora se transformará num moderno VLT. A região do subúrbio corresponde a 18 km de praias de águas calmas vindas da Baía de Todos-os-Santos, às quais margeiam os seus 15 bairros (atual subdivisão da Prefeitura), entre eles, três ilhas: Alto da Terezinha, Coutos, Fazenda Coutos, Ilha do Bom Jesus dos Passos, Ilha de Maré, Ilha dos Frades, Itacaranha, Nova Constituinte, Paripe, Periperi, Plataforma, Praia Grande, Rio Sena, São João do Cabrito e São Tomé de Paripe; mais os bairros de Lobato e Alto do Cabrito, pertencentes ao subúrbio e fora dessa subdivisão. Suas atrações e potencialidades são diversas. Para além das belezas naturais, tendo como palco a majestosa extensão e visual da Baía de Todos-os-Santos; as belíssimas ilhas de Maré, Frades e Bom Jesus dos Passos e o Parque São Bartolomeu, grande área de Mata Atlântica que abriga a única cachoeira de Salvador; estão o Casarão do Alto, espaço para eventos lindíssimo na praia de São Tomé de Paripe, o Acervo da Laje, um casa-museu-escola em Plataforma, suas igrejas e lugares históricos que contam sobre a formação da cidade, espaços culturais, bons restaurantes, etc. O Subúrbio de Salvador é um outro potencial eldorado soteropolitano que precisa ser mais conhecido, explorado e valorizado pelos soteropolitanos e Poder Público.
3. Cidade Baixa
Salvador, a única cidade que contempla duas cidades: a Cidade Baixa, na estreita planície litorânea, e a Cidade Alta, localizada no platô que se ergue em escarpa abrupta, a poucos metros do porto. A história da Cidade Baixa remonta às primeiras décadas da colonização do país. Nessa época, a praia ainda chegava até os pés da montanha, mas com o tempo a faixa de terra foi constantemente ampliada para permitir a construção de fortificações, portos e armazéns de mercadorias, tornando-se o núcleo das atividades portuárias e comerciais, sobretudo do setor atacadista.
Aqui queremos reforçar essa vocação original e natural da Cidade Baixa, como também o seu potencial para o turismo cultural, gastronômico, náutico e religioso, ainda muito pouco explorados. Com ares ora de uma cidade do interior, ora de um balneário esquecido em algum canto do mundo; a Cidade Baixa é ainda uma desconhecida nossa. O turismo religioso aqui englobaria tanto o ligado ao catolicismo, com o Memorial Irmã Dulce, Igreja da Boa Viagem e a Igreja do Bonfim, quanto os cultos de matriz afro-brasileira. O turismo náutico é ainda quase inexistente numa baía e península de águas calmas e beleza estonteante, com as mais diversas possibilidades de trajetos, rotas e estilos, podendo ser explorado turisticamente ou localmente. A gastronomia e os conhecidos pontos turísticos (Feira de São Joaquim, Ponta do Humaitá, Forte de Monte Serrat, etc) já são ótimos chamarizes para a Cidade Baixa mas é possível ampliar em muito o desenvolvimento de negócios de turismo como pousadas, hotéis, traslados, mais bares e restaurantes em toda a região.
Outros atrativos únicos que só a Cidade Baixa tem são suas praias de águas mornas e tranquilas, o privilegiado pôr do sol na Baía de Todos-os-Santos, uma vista sensacional de Salvador, a especial orla e marina da Ribeira, a Península Itapagipana, que adentra bairros do Subúrbio, e a incrível travessia de barco Ribeira-Plataforma.
4. Comércio
Poucos lugares no mundo possuem um conjunto de atributos tão sui generis como o Comércio. O conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico dessa parte do Centro Histórico de Salvador é um dos mais importantes exemplares do urbanismo ultramarino português implantado em acrópole, originariamente, se distinguindo em dois planos: as funções administrativas e residenciais no alto e o porto e o comércio à beira-mar. Aliada a uma topografia singular, a paisagem dessa área é formada basicamente por edifícios dos séculos XVI ao XIX.
É também aqui no Comércio que estão as construções e espaços que permitem a leitura do modelo das cidades fundadas pelos portugueses no além–mar, a sua expansão (formada por ruas constituídas por um casario uniforme, entremeado por conjuntos de arquitetura monumental) e, principalmente, a grande distinção entre a Cidade Alta e a Cidade Baixa, que garantem a identificação de uma paisagem herdada do período colonial.
Aliado a essa imensurável riqueza histórica, o Comércio é grande portal de entrada de Salvador pelo mar (barcos, navios, cargueiros, ferries) e é onde soteropolitanos e turistas desfrutam o mesmo espaço, embora muito aquém do seu grande potencial. É preciso reconhecer as intervenções positivas feitas nos últimos anos (reformas de igreja, alguns casarões, espaços de artes e cultura diversas, criação de centros de serviços, etc) mas ainda há um outro Pelourinho de oportunidades para ser aflorado, seja na terra ou no mar (restaurantes, bares, espaços flutuantes, idas e vindas ao Forte São Marcelo de barquinhos, etc). Apesar da lástima que são as velhas e novas calçadas, nunca vamos deixar de acreditar no potencial desse lugar, nesse Porto extraordinário, num centro comercial e antigo como o de São Paulo ou o do Rio, em que a população tenha orgulho e segurança de frequentar finais de tarde, à noite e nos fins de semana.
Se o nosso sonho feliz de cidade morreu com o que se tornou o transporte público na parte “nova” de Salvador; ele pode assumir outros contornos nessa parte velha. Os dois elevadores e os dois planos inclinados já estão maravilhosamente operando para fazer essa transmutação.
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