O Estado do Vaticano é o menor estado independente do mundo e está localizado dentro da cidade de Roma. Pra você entender melhor, é como se ele fosse mais ou menos um bairro da sua cidade, sendo que, nesse caso, o bairro é, simplesmente, um país. Esse pequenino território é formado pela Basílica de São Pedro, pela Praça de São Pedro, pelos Museus do Vaticano e pelos Jardins do Vaticano, tudo isso incluído dentro de muros ou paredes chamadas de leoninas.

Chegando ao Vaticano…
Explorar bastante o Vaticano era a minha prioridade em Roma. Em cinco dias na cidade, visitei o Vaticano em quatro momentos diferentes. O primeiro, no domingo (dia inteiro), dia mais concorrido do Vaticano, para receber a benção papal, conhecer a Basílica de São Pedro e a sua cúpula. O segundo, para os Museus do Vaticano. O terceiro para a audiência papal e o quarto momento para conhecer a Necrópole Vaticana, no tour pouco conhecido pelos turistas, chamado de Scavi Tour.
Você precisa fazer tudo isso? Com certeza, não. “Eu sou muito católico e quero fazer isso tudo mas só tenho dois dias, tem como?” Não. Explico abaixo o porquê.
No domingo, dia fundamental para se visitar o Vaticano, os Museus do Vaticano e o Scavi Tour não funcionam. Porque o domingo é fundamental? Não é clichê ir à Roma e ver o Papa. Ainda mais especialmente, se você é católico. Você não irá se arrepender, ainda mais se o Papa vigente ainda seja o iluminado Papa Francisco.
Já a audiência papal acontece apenas às quartas-feiras pela manhã e não dará para conciliar ela com os Museus, a Basílica e a cúpula no mesmo dia. Então, se o Vaticano for uma prioridade para você, um terceiro dia, no mínimo, precisa ser inserido em sua rota. Mas isso não significa que você ficará o dia inteiro lá, apenas que você terá que ir em três momentos diferentes.
→ O que fazer no Vaticano
→ Basílica de São Pedro
Roma é uma cidade de igrejas magníficas, mas nenhuma chegará aos pés da Basílica de São Pedro, a maior, mais rica e mais espetacular igreja da Itália e, já acrescento, do mundo. Tudo aqui é mais que superlativo. A segunda basílica, construída entre 1608 e 1612, possui imensa fachada de Carlo Maderno, com 48 metros de altura e 118,6 metros de largura. Oito coluna de 27 metros apoiam o sótão superior onde treze estátuas gigantes representam o Cristo Redentor, São João Batista e os onze apóstolos.
O cavernoso interior de 187 metros cobre mais de 15 mil metros quadrados – é a maior igreja do mundo! – e contém obras de arte espetaculares, como a Pietà de Michelangelo, o Altar Papal, o Baldacchino de Bernini, sob a abóbada, a Capela do Coro e tantas outras. Uma luz natural, suave e intermitente adentra a Igreja e deixa tudo ainda mais grandioso.
O horário de funcionamento da Basílica de São Pedro é das 7h às 19h, sendo o melhor horário para visitá-la próximo à sua abertura ou ao seu fechamento, quando haverá menos multidão. Com menos gente, será possível aproveitar melhor suas grutas e cúpulas. A basílica possui diversas delas, cada uma mais cheia de detalhes e imponência que a outra. Mas seja qual for a hora do dia, lembre-se de que suas roupas devem cobrir seus ombros e joelhos, por isso, pode ser útil levar um lenço na bolsa nessa ou em qualquer outra das 1.000 igrejas de Roma.
Quando a basílica abre, às 7h da manhã, você pode encontrar missa sendo celebrada em quase todos os altares e capelas, em todo e qualquer idioma. Você poderá encontrar missa em italiano no Altar de São Jerônimo e, no Altar da Transfiguração, a missa tradicional em latim. Há algo para todos! Basta perguntar a um dos guardas de dentro ou às pessoas do cerimonial na entrada da basílica.
Se você estiver na igreja no final da tarde, peça aos guardas que bloqueiam o caminho para a Estátua de São Pedro e o Baldacchino que você deseja assistir à missa. Você só precisa dizer essa palavra mágica: “messa”. O Arcebispo da Basílica, o cardeal Angelo Comastri celebra missa às 17h todas os dias (às 17h30 aos domingos) no altar da cátedra de São Pedro. Eu não participei desta celebração mas participei da Missa de Pentecostes (uma vez ao ano) do lado de fora da basílica e foi simplesmente divino! Mesmo se você não for católico, participar de uma celebração dentro da igreja lhe dará uma experiência única.

O local onde está enterrado o corpo do Papa João Paulo II, logo ao lado direito da basílica
Se você não for fazer o Scavi Tour, procure, dentro da igreja, a placa que leva às Grutas do Vaticano, que foram criadas para o sepultamentos dos papas. Você verá os túmulos e sarcófagos, bem como várias colunas enormes da basílica original do século IV. As grutas são o finalzinho do Scavi Tour.
Algumas fotos da Basílica de São Pedro por fora, que é tão suntuosa como por dentro.
→ Preciso alugar áudio para visitar a Basílica de São Pedro?
Sim e muito. Se você tivesse que escolher um único áudio para gastar seus euros em Roma, seria esse! Não dá pra deixar passar tanta informação, que com certeza irão lhe emocionar, sobre as obras espalhadas pela igreja. Vale cada centavinho de euro e o aúdio é excelente, mesmo no português de Portugal. O português brasileiro ainda anda bem em baixa na Itália. Aluguel do áudio: 6 euros.
→ A Igreja do Vaticano é um santuário?
Não, não é. A Basílica de São Pedro não é aquele lugar em que você verá grupos de devotos, fiéis ou romeiros numa espécie de transe espiritual. Mas isso não a faz uma igreja fria. Eu não senti a minha pequenez humana em nenhum momento. Contudo, saiba que, se você for ao Vaticano fora de um grupo religioso, talvez você possa se frustar por não se sentir tão “tocado”. A sede da Igreja Católica no mundo, a Basílica de São Pedro é, acima de tudo, uma congregação de obras de arte sacras fabulosas, um verdadeiro templo de riqueza, cultura e história.
→ Cúpula da Basílica de São Pedro
Antes que alguém possa ter dúvidas se vale a pena subir até a cúpula, já adianto que vale absurdamente! Aqui você sentirá uma das suas maiores emoções em Roma!
Primeiro é preciso explicar que existem “dois passeios” à cúpula. Eu não fazia ideia disso e não havia lido, anteriormente, em nenhum blog ou guia de viagem.
O primeiro, interno, você sobe até o teto da cúpula, a mesma que você olha pra cima e vê lá de baixo da igreja. Lá em cima, é impressionante também observar as pessoas pequenininhas lá embaixo e o maior presente é ver de pertinho as pinturas mais lindas pintadas no teto por Michelangelo (gênio!). E aqui vem a primeira surpresa e spoiler: elas são, na verdade, um grande mosaico. Dá pra acreditar em tamanha perfeição?
O segundo passeio, o externo, é onde se tem a visão total de Roma. Explico melhor: após a parte interna, você sai para o telhado da igreja. E então, começa uma nova subida, para, digamos assim, a cúpula da cúpula, aquele ponto lá no alto, onde não tem mais para onde subir. Para subir até a cúpula externa, não tem opção de ir de elevador (apenas a cúpula interna). São 320 degraus num corredor estreito que vale qualquer esforço.
A visão de 360° de toda a cidade de Roma, dos Jardins do Vaticano (compreende metade do território do Estado do Vaticano e são o refúgio predileto dos pontífices) e da Praça de São Pedro é mais que esplendorosa.
→ São quantos degraus até a cúpula?
São 551 degraus até o topo. A primeira parada em que você vê os mosaicos e sua riqueza de detalhes são 231 degraus. Aqui você pode ir de elevador e eu lhe aconselharia muito a ir! Economize energia para a outra parte. A segunda parada são mais 320 degraus que só podem ser percorridos de escada. Apesar de um pouco difícil, a subida vai revelando ângulos sensacionais da própria Basílica.
→ Li em diversos lugares que a subida é muito difícil. É verdade?
Olha, eu, sinceramente, não achei. Subi a cúpula com três idosos de 65, 70 e 73 anos e foi muuuito tranquilo. A escada é estreita? É. Você tem que abaixar em alguns lugares? Não! Em poucos momentos, você dá uma inclinadinha mas também nada demais. Só é importante ressaltar que se você resolver subir, não há possibilidade de retornar ou parar, pois o fluxo da escada segue em apenas uma direção. Por isso, analise com bastante cuidado. Valor da subida de elevador: 5 euros e compra na hora. De escada é gratuito.
Valor para subir à cúpula de elevador: 8 €.
→ Angelus – A benção do Papa aos domingos
Se você for à Roma e não quiser ver o papa, vá ao Vaticano em qualquer dia, menos no domingo. Porque o domingo é o dia principal para se ver o Papa em Roma. Ao meio dia, acontece o “Angelus Domini”, que significa “anjo do senhor”. O Papa relembra aos católicos, através de orações, o momento da anunciação, quando o Anjo Gabriel teria anunciado à Maria a Concepção de Jesus Cristo.
Um multidão se aglomera na Praça de São Pedro aguardando o tão esperado momento: o Papa aparecer na janela (a penúltima janela superior do lado direito da foto abaixo) e abençoar, em diversas línguas, uma multidão sedenta por tanta coisas! Independente de cada credo, é muito emocionante ser, por um dia, parte dessa multidão.
Nesse dia em que eu estava no Vaticano, especialmente, o Papa não deu a benção na janelinha. Ele presidiu uma Santa Missa na Praça São Pedro na Solenidade de Pentecostes e deu a benção ao final. Foi um verdadeiro privilégio participar dessa cerimônia com o Papa Francisco e milhares de pessoas de todo o mundo. Um momento único e indescritível de paz!
Você pode conferir esse momento raro clicando aqui: https://www.youtube.com/watch?v=KPcXaEFY2j4.
→ Audiência Papal
Se não lhe basta ver o papa do alto da janelinha da Biblioteca do Vaticano abençoando a multidão que se aglomera, aos domingos, na Praça de São Pedro, você precisa tentar participar da audiência papal, que acontece todas as quartas-feiras no próprio Vaticano. Eu falo todos os detalhes dessa audiência nesse post.
→ Museus do Vaticano
Por que “museus”e não “Museu do Vaticano”? Aqui pinta a primeira dúvida. Porque os Museus do Vaticanos são formados, na verdade, por diversos museus. Não é um museu único, com uma única temática. São diversos e cada um explorando uma coisa diferente. Há o Museu Egípcio, Etrusco, Gregoriano Profano, o Pio Clementino, Pio Cristino e por aí vai.
Os Museus do Vaticano contêm uma das maiores coleções de arte do mundo e vale as três ou cinco horas que você passar nele. Eles exibem desde múmias egípcias e bronzes etruscos até obras dos velhos mestres e pinturas modernas. As Salas de Rafael, que faziam parte dos aposentos privados do Papa Júlio II, merecem uma apreciação redobrada, mas o destaque e apogeu da visita acontece na chegada à espetacular, fascinante e esplendorosa Capela Sistina, que abriga duas das obras mais famosas do mundo da arte – os afrescos do teto e o Giudizio Universale (Juízo Final) do Michelangelo. É simplesmente de arrepiar.
Já bem no final, você até pensa que a Capela Sistina é o final do museu, mas na verdade, ainda tem muita coisa para se ver. Por isso, pare, descanse e aprecie sem moderação esse momento. Muita coisa ainda estará por vir. Leia aqui nosso post completo sobre os Museus do Vaticano
→ Scavi Tour
O Scavi Tour é um tour feito pelas escavações e pela necrópole do Vaticano, guiado por um padre ou um guia com bastante conhecimento da Roma Antiga e do mundo antes do cristianismo. Ele conduz um pequeno grupo a conhecer tudo o que foi achado a partir das escavações bancadas pelo próprio Vaticano cujo objetivo era procurar alguma prova de que Pedro, o apóstolo de Jesus e fundador da Igreja, de fato existiu e foi enterrado ali. Esse tour é a prata da casa do Vaticano e tento falar um pouco melhor sobre ele nesse outro post. Valor do Scavi Tour: 13 €.
→ Castelo de Sant’Angelo
Ao sair do Vaticano, siga andando pela Via de la Conciliazone e siga em frente até o Castelo Sant’Angelo. Esse castelo é também conhecido como Mausoléu de Adriano e localiza-se na margem direita do rio Tibre, diante da Ponte Sant’Angelo, chegada para o Vaticano. A ponte Sant’Angelo, sobre o rio Tibre, é ornada por doze estátuas de anjos esculpidas por Gian Lorenzo Bernini.
O Castelo de Santo Angelo data do ano 123 d.C. e tem um excelente estado de conservação, sendo uma das edificações mais imponentes de Roma. À beira do Rio Tiber, fornece belas vistas de Roma e do Vaticano e é envolto por aura de mistério quando recebe a iluminação noturna.
Nas dependências há também um museu com quadros, esculturas e peças de coleção – armas, armaduras e outras – compiladas a partir do século 15.
→ Onde comer no Vaticano
No Vaticano tem diversas opções de refeições, basta você sair andando que, de um a cinco minutos, você já terá opções. Um dos que almocei e me lembro foi na Trattoria Marcella, que fica bem próximo à igreja (Via del Mascherino 26). O restaurante é bem frequentado por turistas e tem um ótimo custo benefício.
Leia mais: O que fazem em Roma – Roteiro de 5 dias
- Hospedagem: Booking
- Malas de Viagem com desconto: Portal das Malas
- Passagens aéreas baratas: MaxMilhas
- Voo cancelado e bagagem extraviada: Voe Tranquilo
- Passeios e ingressos: Tiqets
- Seguro viagem: Seguros Promo
- Aluguel de carro: Rentcars
- Chip de celular internacional: EasySim4U